segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Entenda por que estudar Filosofia e Sociologia pode garantir um alto índice no Enem


Desde 2008, por meio da Lei 11.684/08, Filosofia e Sociologia tornaram-se obrigatórias no currículo do ensino médio. Na prática é um tempo muito curto, se analisado perante toda a história da educação brasileira, para estas disciplinas possuírem grande influência nos currículos escolares e, consequentemente, terem prioridade na preparação para o exame nacional do ensino médio (Enem), que hoje é a porta de entrada para o ensino superior e bolsas de estudos de graduação nacional e internacional. Porém, esta aparência prática parece ser fundamentada em uma crença que não consegue acompanhar a evolução do Enem, uma vez que estas disciplinas ganham espaço, ano após ano, tanto no número de questões, que em 2012 representou mais de 31,1% da prova de Ciência Humanas e suas Tecnologias, quanto na orientação geral da elaboração do exame, que exige do candidato habilidades, competências e conceitos comuns, principalmente, a Filosofia e a Sociologia.
 A evidência ainda não observada pela maioria dos candidatos, escolas e cursos preparatórios (cursinhos) pode abrir vantagem para você na hora da resolução das provas: o Enem está cada vez mais filosófico e atento as transformações sociais, culturais e linguísticas recentes, que são constantemente exploradas e refletidas desde os métodos próprios da Filosofia e Sociologia, que buscam compreender, relacionar, refletir e procurar possíveis justificativas e soluções para os fenômenos da realidade. Competências e habilidades mantidas e ampliadas no edital do Enem 2013 e que podem ser observadas abaixo, no trecho do edital comum a todas as áreas de conhecimento:

MATRIZ DE REFERÊNCIA
EIXOS COGNITIVOS (comuns a todas as áreas de conhecimento)
I. Dominar linguagens (DL): dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.
II. Compreender fenômenos (CF): construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
III. Enfrentar situações-problema (SP): selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
IV. Construir argumentação (CA): relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
V. Elaborar propostas (EP): recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
Fonte: Edital do Enem, Anexo II, p. 35

O quadro acima demonstra quais serão os eixos cognitivos gerais das provas. Isto é equivalente a dizer: “a cara da prova”. E, a julgar pelo edital deste ano e os últimos exames aplicados, as provas do Enem, não somente do eixo Ciências Humanas e suas Tecnologias, terá uma “cara” ainda mais sociofilosófica em 2013. Notem que os pontos em negrito da matriz de referência acima são competências e habilidades desenvolvidas desde os conteúdos de Filosofia e Sociologia. Dos cinco pontos de referência do edital, que serão aplicados em todas as provas, quatro são dominados por estas disciplinas. Agora, responda: Por qual razão você não as estuda para o Enem?
Essa estratégia de mudança do perfil da educação brasileira, impulsionada pelo Enem, é o caminho não visto pela maioria dos candidatos, escolas e cursinhos, que o Ministério da Educação (MEC) pretende seguir para solucionar os problemas implícitos ao nosso modelo educacional e fomentar o desenvolvimento nacional. A tendência, portanto, é de conseguirem maiores índices no Enem os candidatos que estudarem Filosofia e Sociologia.
No exame de 2012, ocorreu o esperado: as escolas de São Paulo e Minas Gerais preencheram boa parte das primeiras posições, e seus estudantes, evidentemente, ocuparam as melhores universidades e cursos. Isso ocorreu não por uma mágica, e sim, por um bom planejamento escolar para enfrentar o Enem. As escolas de Minas sempre aparecem na lista dos primeiros lugares, uma vez que o extinto vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desde 2007, aplicava uma prova de Filosofia para os candidatos aos cursos de Direito e Filosofia, obrigando as escolas a priorizarem esta disciplina. Já as escolas de São Paulo dividem os primeiros lugares com Minas, dominando mais posições, pois adotaram um modelo de ensino que tenta acompanhar a evolução do Enem. Vejamos o exemplo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), que no ano retrasado, ao considerar a exponencial evolução do Enem, não perdeu tempo e fez uso de suas atribuições, ampliando, através da Resolução nº 81/2011, o número de aulas de Filosofia e Sociologia no ensino médio. Observe o quadro abaixo, que foi montado com as informações das resoluções publicadas em Diário Oficial pela SEE-SP:

Séries/nº de aulas por semana
2009 - 2011
A partir de 2012
O que muda
Filosofia (matutino)
2
1
1
2
2
2
Amplia uma aula/semana nos dois últimos anos
Filosofia (noturno)
2
1
1
1
2
2
Diminui uma aula/semana no 1º ano, mas amplia nos dois últimos
Sociologia (matutino)
1
1
1
2
2
2
Amplia uma aula/semana nos três anos
Sociologia (noturno)
1
1
1
2
1
2
Amplia uma aula/semana no 1º e no 2º ano
                                                                                                                          Fonte: http://www.observatoriodaeducacao.org.br

Todos esses aspectos descrevem a importância de estudar Filosofia e Sociologia para garantir um alto índice de rendimento no Enem. Portanto, confira no quadro abaixo os conteúdos que mais aparecem nas provas do exame. Bons estudos!


 §  Filosofia antigaSócratesPlatão e Aristóteles (concepção de ética e política de um deles);
 §  Filosofia medievalSão Tomás de Aquino (questão da relação da fé e a razão);
 §  Filosofia modernaMaquiavel (suas concepções no campo da política), Thomas HobbesJohn LockeJean-Jacques Rousseau (estado de natureza, contrato social e estado de sociedade para cada um) e Immanuel Kant;
 §  Filosofia contemporâneaMichel Foucault;
 §  SociologiaMovimentos sociais, socialização, surgimento das instituições, questão da cultura, estratificação da sociedade, papel social da educação, pobreza e desenvolvimento, e clássicos: Auguste Comte (visão ao positivismo), Karl Marx Jürgen Habermas.

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